domingo, 29 de novembro de 2015

Caras legais

A gente foi pra um pico, a gente queria só tomar uma cerveja, tava tendo uma parada lá ao lado da UEL, numa casa azul, festa de algum curso porcaria provavelmente, tinha um pessoal muito estranho, mas a gente ficou por ali, a cerveja tava gelada, bebemos bastante até o ponto de achar mais ridículo ainda aquelas pessoas e como era escrota e prepotente aquela menina...
Nem sei como ela surgiu nessa história, nem lembro o nome dela, sei que por algum motivo puxamos papo, só eu e ela, realmente só conversamos, ela não fazia meu tipo, tinha cara de escrota, e na verdade meu papo era só pra tirar uma onda com a cara dela e eu estava achando interessante me divertir com a burrice feminina dela.
Meus parceiros vieram depois, também fizeram amizade com ela, um era meu irmão de um ano mais velho, pesava o dobro de mim, o outro, um primo nosso, também um armário de gigante, porém de longe, claro, eu era quem mais despertava medo, olhos negros demais, profundo no rosto magro, o jeito estranho que olho as pessoas, ela me deixou de canto pra conhecer meus gentis amigos de perto.
Conheci outras pessoas, voltei para lá, bebemos mais, ficamos bêbados, todos bêbados, se pudéssemos puxaríamos um baseado, não lembro se fizemos isso. Lembro que essa guria tava bem chapada já, mas não estava caindo, tinha consciência suficiente para chamar um taxi e ir embora, mas ela não fez isso. Sabe por que? Por que somos caras legais, ela viu quanto éramos gente boa naquela festa, diga-se de passagem, os menos bacacas.
A cerveja a acabou, já era noite, bem de noite, tínhamos aproveitado bem, mas  queríamos beber mais, decidimos ir pro Beco, bem... Eu sei que eu não fui quem convidou aquela guria louca, azar o dela, olhei para trás e vi meus dois parceiros sorrindo e falando com ela, eu não quis intrometer, era o lance deles, eu não ia ficar atrapalhando a fita de ninguém, deixa os caras curtirem o role deles, mas no fundo, eu não queria que ela atrapalhasse em nada nossa bebedeira.
Cruzamos a UEL de um canto ao outro, quer dizer, no meio do caminho só chegaram três no beco, ainda tivemos a pachorra de pedir uma cerveja e zombar da cara daquela menina burra imitando suas carretas e frases de quando estava sendo estuprada, isso sim foi engraçado, não imaginei que fosse rir tanto naquela noite, minha barriga doía de tanto rir, aí como foi engraçado tudo aquilo! Confesso que sou bem sádico, mas também digo que só fui espectador nesta história...
No breu de um sábado de noite na UEL ela foi estuprada pelo meus dois amigos, a pura forma, os dois a dominaram com facilidade, sentei ao lado dela, acendi um cigarro e disse “Porra, cala a boca dela”, recebeu alguns tapas e foi sufocada de encontro a grama, ali numa parte isolada dos prédios e instalações, onde ficava vários bosques, era impossível alguém nos avistar ou ouvir seus gritos abafados. Dei alguns tragos, cocei a nuca, meu irmão estava comendo ela de bruços, comendo a toda força e descendo 100 quilos em cima do corpo miúdo dela, nada atraente, apenas um pedaço de pele colada ao osso, mas era a pira deles, ver o desespero dela, ver o sangue, sentir o cheiro, ouvir a agonia.
– Vai experimentar não, porra? – Na verdade chamaram meu nome, que não interesse vocês a saber.
– Curte aew o barato de vocês... Eu to de boa dessa fita... Viu só sua burra, não ache que estranhos por ser legais são caras legais, eu sou um cara legal confesso, mas muito sádico, então não se importo com você, não ouvi o que tinha avisado antes de ir com a gente? “Não somos caras legais”, foi o que eu disse... Você havia ouvido errado?
Isso pode parecer um pouco hediondo, ficar vendo ela ser esfolada na grama a marretadas de pica, humilhada e violada, o terror perfurando seu cérebro com uma broca de doze milímetros...
– Não se desespere – alisei o cabelo dela –, já já vai acabar tudo isso... Não digo nem mais dois minutos, pode parecer uma eternidade, mas nem terminei meu primeiro cigarro.
Terminaram o coito e limparam o sangue da vagina dela que estava em seus corpos com sua calcinha e sutiã, jogaram em cima dela, aniquilada, babando, gemendo pedindo socorro pra mim, implorando olhando nos meus olhos, querendo morrer dizendo através deles “por que não pode me ajudar?”, ah se ela soube que só não participei da brincadeira por gostar de um bom pinto duro de homem macho.
Sorri com gosto pra ela, e disse fazendo um afago no rosto contraído dela:
– Nada justifica o egoísmo do prazer de um estupro que não seja uma fantasia consensual, mas tu foi muito burra, garota!
Terminaram de se arrumar e demos as costas para ir embora.
Virei para dizer uma vez mais:
– Qual é mesmo seu nome?
Ela não respondeu, deve ser por isso que esqueci o nome dela.  

03/05/2015



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