Havia algo de místico entre nós,
acredito que no momento em que contemplei sua beleza nossos astros dançavam na
abóbada celeste, ensandecidos para que nossos corpos se encontrassem na
materialidade com uma descarga sexual dignas de chispas elétricas saltando de
nossos olhos como os relâmpagos e raios que antecedem uma tempestade.
Era exatamente isso, apesar do meu
temperamento pacato, o desejo me invadiu de tal forma que apenas queria domar
aquela menina em semblante de mulher, tomar suas rédeas enquanto fosse
admoestado por seu espírito cheio de ímpeto que também iria querer me domar, o
que claro, lhe seria negado, meu prazer seria canalizar todo seu fulgor com
minha calma, transformando seu fogo em uma cálida chama.
Uma chama para aquecer, para que seja
permitido ver o que se come, não uma torrente flamejante que destrói por onde
passa deixando apenas estragos, sem apreciar a texturas, cores, formas, que o
cercam.
Falando assim, é presumível minha aversão
pelo o que alguns chamam de intensidade, preferindo eu atribuir o nome de
desespero. E aquela japonesa rica de 1,82 metros parecia avidamente
desesperada, procurando não só uma biblioteca para queimar em fúria, mas um
galpão de pólvora e levar tudo aos ares numa grande explosão que julgaria ser
prazerosa.
Pensava na noite que deixamos de
transar quando menos me dei conta e fui puxar conversa ao seu lado no balcão,
quando suas amigas haviam saído de perto, se por mera coincidência não importa,
o importante é aproveitar as ocasiões.
– Você está mais linda do que de
costume.
– Inevitável eu estar cada dia mais
linda...
Eu ri enquanto ela me olhava com
soberba, querendo me evitar. Antes que eu falasse, ela me cortou de boca
aberta:
– Aquele dia só rolou uns beijos porque
eu estava bêbada, dá para sair do meu pé?
– Não dá!, confesso que tenho um prazer
masoquista em ser humilhado por mulheres como você.
Ela voltou os olhos para cima em sinal
de tédio.
– Vocês são tão superficiais e
medíocres com esse papo de... – minha vez de cortar sua fala:
– Por que se maquiar? Por que se vestir
bem? Por que ser linda, se sentir linda, se não busca ser cultuada?
– Isso faz parte do seu masoquismo?
Rimos.
– Viu, ao menos faço você rir.
Ela fechou o cenho.
– Você não é tão engraçado.
– Não sou mesmo, mas você não quer um
cara engraçado.
– Não tente me beijar.
– Não? – Cheguei mais perto dela
enquanto se distanciava de mim. Toquei sua cabeleira e ela tirou minha mão com
um movimento rápido.
– Estou com meus amigos aqui, se eu
fosse...
Suas palavras se perderam no meu beijo,
melhor, no nosso beijo. Um beijo que entre nós continuava ruim como da primeira
vez, sem nenhuma sinergia.
– Não quer mesmo? – Sorri e ela tentou
esconder o riso enrubescendo seu rosto oblongo com grandes olhos puxados.
– Você beija mal.
– Não, nós beijamos mal, eu já disse
isso, mas tenho certeza que seria diferente na cama.
– Você tem cara de gay, não levaria eu
para cama.
– Quem não quis foi você, japa.
– Não pude! É bem diferente.
Gargalhei
– Ah, então confessa que queria?
– Sim, queria – disse ela ácida. –
Que-ri-a.
– Não quer mais?
– Não.
– Duvido.
– Duvida?
– Sim.
– O que te faz duvidar?
– O prazer que você tem em pisar em
mim.
Ela ficou quieta, meu rosto sério e
plácido combatendo seu olhar sarcástico e cheio de imaginação.
– Você é muito estranho.
– Não sou estranho, só tenho algo que
você quer descobrir em mim.
– Já sei o que é, é timidez.
– Eu não sou tímido.
– Sim, acho que no fundo é tímido, uma
bichinha que pede dedada ou transa a luz de velas, sai para jantar, essas
coisas. Ou que toma uma apertada de bunda primeiro, antes mesmo de olhar a
minha. – Riu maliciosamente lembrando da última vez que nós vimos.
– Ah é?
– Não terminei de falar, você parece...
Tomei-a pela mão e levei para o segundo
ambiente do bar, sem prestar atenção no que dizia, nos fundos havia dois
banheiros e levei ela até o masculino, segurando forte em seu pulso enquanto
ela reclamava alguma coisa em meu ouvido. Antes de entrar a joguei contra a
parede.
– Eu sou tímido?
– Tímido e covarde! – Gargalhou – Da
pra me soltar!?
– Ou o quê?
Recebi um forte tapa na cara e olhos
injetados de fúria.
– Me solta! – Sibilou em tom ácido.
– Não vou!
Tomei outro tapa.
– Me solta ou eu vou fazer um
escândalo!
Torci seu braço para trás e levei até o
box do banheiro.
– Faz! Faz seu escândalo! – Fechei a
porta com ela se desvencilhando de mim.
– Abre essa porra, agora!
Cheguei perto dela e a fiz sentar no
vaso fechado, cai em seu colo de perna abertas. Sussurrei em seu ouvido
enquanto ela tentava me evitar empurrando meu peito com suas mãos.
– Cadê seu escândalo? – Disse baixinho.
– An? – Osculei seu pescoço e afoguei o cabelo de sua nuca. – Cadê? – Passei
minha barba por seu rosto enquanto ela segurava uma de minhas faces.
– Seu cretino... Me solta...
Segurei seu rosto e nos beijamos
longamente sentado na privada, estava excitado, completamente ereto! Coloquei-a
de quatro tirando sua calça jeans e
vi suas magras ancas amarelas vestindo uma calcinha roseada, os ossos dos
quadris se delineando com extrema perfeição, queria cair de boca nela, mas não
resistir pegar sua cabeleira num grande puxão, fazendo-a olhar pra trás, vi
seu rosto aflito, cheio de desejo suplicando por aquilo que ela mais queria.
Ficou me olhando ainda meio
hipnotizada, tentando perceber se colocava a camisinha, se ajeitando na
patente, empinando sua bunda para mim e tirando os longos cabelos castanhos de
seu rosto, ela queria ver que eu a penetrava, ter a certeza de quem era aquele
homem.
De repente ficou irada com meu sorriso
de vitória, com meu deleite ao ver o semblante de suplica dela.
– Tire esse sorriso idiota da cara! Besta!
Fez bico, fingiu raiva, a puxei pelo
cabelo, pela garganta, e meti com todo vigor que tinha, ouvir seus gemidos era
meu tesão!
– Bate que nem homem nessa bunda!
– Ah, sua cadela! – Maldito fogo,
maldito desespero! – Por mim você apanharia de cinta.
– Fala menos e mete mais! – Disse ela
serrando os dentes com raiva, me despertando toda ódio que queria de mim, tirei
a cinta da calça sem perder meu ritmo e tive o prazer dobrado de poder castigá-la
e realizar meus prazeres sadistas. A cada batida era um estralo e uma marca
nova naquela anca magra.
Coloquei-a de pé, contra a parede,
parei com a cinta e concentrei uma das mãos em sua garganta, a outra na
cintura, e metia com força, ouvindo ela dando ordens de meter com mais
intensidade, meter como um homem! O que atiçava meu espírito em busca de torturá-la,
mas quanto mais tentava destruir aquele fogo, ele se alimentava do meu ódio,
como se eu fosse o álcool jogado num incêndio tentando conter o avanço das
chamas.
– Sua gostosa safada! – Ela recebia
mais um tapa na cara.
– Aproveita, seu verme!
– Metida!
– Porco
– Linda!
– Nojento!
– Deusa!
– Cretino!
– Você é maravilhosa! – Disse
pressionando meu rosto no dela.
– Você é asqueroso, tira esse sorriso,
ah! Filho da puta! Ah, ah! Para!... – Fechava os olhos de tesão com eu
apertando seus mamilos.
– Por que você está fazendo isso? –
Suspirou
– Não é o que você quer? Um macho ou um
viadinho!?
Fechou os olhos, fez careta e não
conseguiu dizer mais nada nos próximos quinze minutos, apenas recebeu por trás
em sua vagina pequena e molhada, tudo o que ela mais queria, dei tudo que pude
a ela.
Ela gozou e começo a tremer respirando
em haustos, eu meti mais e mais forte, bati em suas ancas e apertei seus seio
enquanto eu gozava na minha última estocada, sentindo meu tesão correr pelo pau
todo, latejando dentro dela.
O incêndio havia passado, tudo havia
ido pelos ares, o fogo deixando um rastro de destruição, nossos corpos
exauridos e arfantes, nossa mente destroçada por aquele delírio, cinzas onde
quer que olhássemos, tudo havia acabado e restava a mim apenas uma sensação de
tristeza de ter perdido o controle daquela carbonização.
– Sai do meu cangote, você está
fedendo. – Ela tirou eu de perto, puxou sua calcinha e vestiu as calças
tentando manter um olhar de desdém, não resistiu e acabou olhando para meu
falo, ainda ereto, tentou conter a expressão e falou ante meu riso.
– Achei que fosse maior, humpf. E a
propósito, nem foi tão bom assim.
– Até suas coxas estão molhadas... –
Disse enquanto eu removia meu preservativo e prendia o esperma com um nó,
jogando na patente e dando descarga.
Me empurrou na parede com raiva.
– E daí? Não pense que terá outra vez,
fiz isso porque... porque... Para de rir! – Bateu em meu peito – Idiota!
– Foi uma delícia comer você, japa.
– Você deixou a desejar, tá? Não fique
se achando aí, besta, me deixa sair!
Dei um beijo de despedida trazendo ela
perto de mim, ao que se soltou rapidamente.
– Seu abusado!
– Você não deixou nada a desejar!
– Claro que não! Eu sou perfeita. –
Disse radiante.
– Sim, muito.
– Pode ficar babando por mim, eu deixo.
– Adoro isso.
– Você é um cachorro vira-lata da pior
espécie.
– Eu adoro quando você pisa em mim,
Ela arqueou a sobrancelha cheia de
desdém:
– Claro que adora, sou eu que estou
pisando!
Ah sua cadela! Sorri longamente e ainda
guardei o cálido calor das cinzas que me restaram.
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